domingo, 31 de julho de 2011

Everwood


Everwood é um seriado tocante e dramático, com situações que certamente apontam para o pensar filosoficamente. Como no capítulo em que a garota Kate opta por abortar sua gravidez indesejada, mas seu médico Andy recusa em realizar o procedimento, mesmo declarando não ter princípios morais que o influencie. Ele diz: "Com 62 dias de gestação, o feto já adquire perfeita forma humana, mas não é uma pessoa, nem pode viver fora do útero, contudo, tem a perfeita probabilidade de se  tornar uma pessoa. Eu não sei quando a vida começa, mas sei que o aborto extingue a possibilidade dela começar...". A cena nos faz refletir sobre a dificuldade de se posicionar frente a discussão da legalidade e/ou humanidade da prática abortiva tão comum em nossos dias. Em outra cena, a personagem Delia conversa com seu pai sobre pudor. Este, fica encabulado por a filha, de apenas 9 anos, ter olhado uma revista do gênero pornográfico, e principalmente, por ela ter levado isso a público. Ele explica que "as pessoas gostam de olhar essas coisas mas tem vergonha de serem vistas fazendo isso", ao que a menina retruca (em outras palavras): se todos querem ver, todos gostam, e todos sabem que todos veem escondidos, por que as pessoas se repreendem quanto a isso? Deveriam poder fazê-lo abertamente ué!". Não sabendo exatamente a razão desse estranho comportamento social, o adulto argumenta que é por causa da cultura: "fomos condicionados a responder dessa forma a determinados estímulos...". E nós, aqui do outro lado, logo nos pomos a refletir: como se deu o início desse processo? Será que o pudor é algo natural do ser humano?