segunda-feira, 29 de novembro de 2010

500 DIAS COM ELA


Nesse filme, o diretor Marc Webb subverte situações-clichê das populares comédias-românticas, trazendo um parecer mais realista para os dramas vividos nos relacionamentos amorosos. No caso, ele retratou o jovem Tom Hansem, que ao conhecer sua nova colega de trabalho - Summer, apaixona-se quase que instantaneamente. Ele idealiza o amor sobremaneira, enquanto ela simplesmente não acredita na consistência de algum sentimento que possa unir duas pessoas. Daí já se depreende que não se trata de mais um romancezinho com final feliz. A trama se desenrola a partir da rememoração do rapaz a cerca dos 500 dias que esteve com a linda moça, na tentativa de entender o porquê deles não terem dado certo. Essa narrativa é feita em ordem não-cronológica de modo a simular o funcionamento da memória humana. De certo, o jovem não poderia fazer um retrospecto linear de todos os fatos (esse aspecto, em muito, enriquece a produção).

A questão filosófica reside no fato de Tom crer piamente que, encontrar a garota dos seus sonhos, sua alma-gêmea, num dos 400 mil escritórios (ou entre 3 milhões e 800 mil pessoas) na cidade de Los Angeles, só tinha uma explicação: destino. Fica, então, duas perguntas para o espectador: a primeira consiste em definir o que é amor (e há uma cena em que as personagens discutem significativamente a questão), a segunda seria "você acredita em destino?", para a qual, a obra, nos momentos finais, sinaliza claramente uma resposta bastante plauzível.

INCEPTION (A ORIGEM)


Um homem de habilidades, ferramentas e parceiros extraordinários tem a missão de implantar uma idéia no subconsciente de uma pessoa importante no mundo dos negócios, de forma que essa idéia pareça-lhe autogerada. Para isso, terá de fazê-lo durante o sonho. Mas, num sonho simples não será possível trazer êxito ao objetivo, por isso, há de ser em sonho dentro de outros sonhos. A complicação se dá no momento em que a consciência dos envolvidos se perde e já não conseguem separar o que é sonho do que é realidade.

O filme, recém-lançado, simplesmente introduz a clássica questão filosófica: "Como posso ter certeza de que tudo o que vivo agora é real e não sonho?". Ou em outras palavras: como posso provar a mim mesmo que estou inserido na realidade e não num sonho? Talvez isso não nos seja facultado, pois no sonho, tanto é possível um mundo ordenado (como achamos que o mundo real é), quanto é possível um mundo desordenado. E quantas vezes já nos confrontamos diante de um fato absurdo e dissemos "isso não pode ser verdade", tamanha era a subversão da ordem (como acreditamos ser um sonho).

OS PINGUINS DE MADAGASCAR

Rico-Recruta-ReiJulien-Capitão-Kowalski
Os personagens que notadamente roubaram a cena no filme Madagascar, e que por isso receberam uma produção exclusiva pela Nickelodeon Animation Studios, são realmente dignos desse feito.
Analisando alguns episódios do desenho é possivel perceber que a animação, é mais que mero entretenimento. Seu sentido é dado por meio da interpretação das ações das personagens, que revelam concepções humanas sobre a realidade. Um desses pontos de vista nos permite fazer a seguinte alegoria:
Capitão - é calculista; cria táticas e manejos de alcançar êxito em alguma missão, está sempre analizando os fatos de modo científico; uma de suas falas é: "Deve haver uma explicação melhor para isso". Representa, então, a Ciência.
Rei Julien - é o divertido lêmure. Contrariando o Capitão, tudo para ele é fruto do sobrenatural, sua fé abarca todas as respostas, por isso nada questiona; está sempre agradecendo as dádivas dos céus. Representando assim, a Religião.
Kowalski - é o mais cheio de habilidades; sabe matemática, estatística, física e química. Representa a técnica, os meios de produção.
Rico-rico - tem uma cicatriz na bochecha esquerda; é o mais sentimental; mostra um impressionante talento artístico, principalmente em pintar quadros. Representa a Arte.
Recruta - é o menos experiente dos quatro pinguins; em busca de conhecimento se arrisca o tempo todo e por isso é propenso a acidentes. É o mais realista do grupo; questionador, está sempre colocando um "mas" nas conclusões do outros.  É o ponto de equilíbrio entre o Capitão (ciência) e o Rei Julien (religião). Desse modo, faz o papel da Filosofia.



OBS: Aguardem novas postagens.