segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A ÁRVORE DA VIDA (2011)


O fio condutor da trama desta fenomenal obra cinematográfica é um tema de cunho metafísico. A personagem de Sean Penn, já com mais de 35 anos, mergulha numa convulsão de questionamentos sobre a morte de seu irmão, quando este ainda era uma criança - o que acaba por abrir um precedente óbvio: as dúvidas e inquietações sobre a própria vida. Dessas rememorações (que só nos damos conta depois de algum tempo de filme) emergem, no cotidiano deste homem, as perguntas existenciais. Então, na tentativa de respondê-las, segue-se a narrativa, quase que muda, do desenrolar fenomenológico, o princípio de tudo, desde o surgimento do universo, tal como nós minimamente o conhecemos, à origem da vida. Terminada essa parte, acompanhamos o núcleo familiar religioso que protagoniza a história, e todo o processo de criação e educação dos filhos, até o ápice da divisão de pensamentos provocados pelo mais súbito, enigmático e pungente de todos os eventos da vida humana: a morte. 

4 comentários:

  1. Carlão, esse vou ter que ver, é a minha cara.

    É necessário profundidade para ver filmes aparentemente parados.

    Já conheço o Brad Pitt de filmes importantes e reflexionantes para mim como "Sete Anos no Tibet" e "O estranho caso de Benjamim Button". Até mesmo "Entrevista com o Vampiro" para mim tem reflexões filosóficas acerca da imortalidade e do morrer.

    Sinopse do site onde estou baixando o filme:

    "A história impressionista de uma família no Texas em 1950. O filme acompanha a jornada da vida do filho mais velho, Jack, por meio da inocência da infância para a sua vida adulta desiludido, enquanto ele tenta conciliar uma relação complicada com seu pai (Brad Pitt). Jack (interpretado como um adulto por Sean Penn) encontra-se uma alma perdida no mundo moderno, buscando respostas para as origens e o significado da vida, enquanto a questionar a existência da fé."

    este final "...alma perdida no mundo moderno, buscando respostas para as origens e o significado da vida, enquanto a questionar a existência da fé." Define talvez grande parte de minha atual situação interior.

    Destaque também para Sean Penn, que considero um excelente e profundo ator.

    Depois de assistir o filme postarei minhas impressões.

    abs.

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  2. legal, Marcelão.. não sei se percebeu, mas eu procuro fugir do gênero descritivo que caracteriza a sinopse..rs. É proposital..rs. Abs

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  3. Oi Carlão, entendo o seu fugir do padrão das sinopses, geralmente com entonagens comerciais... mas me identifiquei com a parte final desta do site.

    Como disse, postarei minhas própias impressões do filme após assistí-lo.

    abs.

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  4. Marcelo Araujo me mandou o seguinte comment no e-mail:

    Acabei de ver o filme. Achei-o longo demais. Definiria como "Comunicação não verbal". Arriscado fazer um filme assim num mundo que não está muito preparado para assistí-lo. Percebe-se que a produção é cara, não sei se terá o retorno que prevêm os investidores.
    Tem uma bela fotografia. Através de imagens pungentes o leva a uma reflexão sobre os temas existenciais que geralmente nos abordam em alguma etapa da vida.
    É feita a pergunta: "Onde Deus está quando alguém, precomente morre ?"
    Quando se crê num Deus personificado, que deve nos proteger e responder positivamente a nossa fé, esta pergunta é natural.
    Na minha visão há a criação, há o livre arbítrio, há os acidentes. A Providência também está ali, de alguma forma, atuando, mas ela não é personificada, nem bondosa ou outra coisa, ela apenas É. E as coisas acontecem obecendo leis que ainda desconhecemos. Mas há o acaso. É realmente uma trama bem misteriosa e complexa o existir.
    Os temas familiares são tratados. O pai que ama e que quer educar e fazer os filhos fortes. E no seu amor se excede, se torna severo, e o amor vira obsessão, controle. O filho que se torna o pai, que o ama, admira e odeia ao mesmo tempo. Relações de amor e ódio. Mas quando se entende realmente o Amor que transcende, que é superior, não existem excessos, só existe o Amar. Mas somos seres condicionados e limitados pelas pressões existenciais que nós mesmos criamos.
    No fim do filme a redenção. A mãe aceita e entrega o filho à Divindade, como numa retribuição por ele ter feito o mesmo, como conhecemos na história bíblica. (contei o fim do filme mas acho que não faz muita diferença, rs).
    Na minha opinião, participamos da criação como focos misteriosos de consciência, como parte dela mesma. Não há um Deus personificado a quem culpar, pois nós mesmos somos este Deus, que é ao mesmo tempo algo dentro de nós, mas também fora de nós e muito maior que nós, mas ainda assim o mesmo que nós.
    É sempre triste a perda de algo que faz parte de nossas vidas, como um filho, uma paixão, um parente próximo, alguém que é uma extensão de nós mesmos, mas é necessário compreender que esta perda é uma perda pessoal, um chorar egoísta.
    Gostei do filme, mas não assistiria de novo.

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