Fundado em 1984 por Guy Laliberté, um ex-artista de rua, o Cirque du Soleil revolucionou a arte circense no mundo. A companhia que tem sua sede no Canadá já passou três vezes pelo Brasil, emocionando de maneira vertiginosa seus espectadores. Isso porque a trupe realiza um espetáculo inigualável, que mistura técnicas do circo de Moscou, comédia Dell´art e influências do teatro mambembe; além de contar com uma trilha sonora contundente e encantadora (composições exclusivas de cada apresentação, e executadas ao vivo). A beleza dos números é tão intensa que chega a minimizar os perigos que cada talentoso (e porque não dizer corajoso) artista enfrenta durante sua exibição, mas isso, só para os olhares mais desatentos.
Para a Filosofia, o que mais interessa são as metáforas presentes em cada parte do show, que seguramente não possuem apenas função estética, pois emerge do pensamento não difuso de seus idealizadores. Trata-se de uma obra concisa, uma narrativa imagética que inafugentavelmente transmite uma mensagem. Assim, permite uma abundância de análises críticas das ações e concepções humanas ali representadas, uma vez que os espetáculos, de antemão, se propõem a contar uma história - história essa que não pode deixar de ser fruto da imaginação dos homens, que por sua vez, só podem imaginar a partir da realidade por eles apreendida.
[Destaque para Corteo, Quidam e Midnight Sun.]